Why so serius?

A nova temporada de "Malhação" trouxe à TV, como é de praxe da Globo, atores que nunca mostraram a cara na telinha. Ou quase nunca. Entre os antagonistas da trama está o ator Humberto Carrão, que no ano de 2004 já participou da novela adolescente como Diogo (irmão do ator Guilherme Berenguer), em 2005 esteve da novela "Bang Bang" e, em 2007, no "Sítio do Pica-Pau Amarelo". Mas, só agora, aos 17 anos, ele espera, enfim, sair do rol de desconhecidos.
"O Caio é do mal, um vilão, mas espero que nas ruas as pessoas me entendam e não confundam a vida real com a ficção." Justamente por ter relativa experiência na TV, seu foco agora é conseguir o reconhecimento popular. "Porém, passagens como a que eu vivi em 'Bang Bang', infelizmente não me proporcionaram um bom retorno. A novela não foi lá aquelas coisas, então ficou difícil para mim, novato, conseguir destaque", reclama.
Por causa dessa recordação nada confortável, o jovem acredita que retornar para "Malhação" foi melhor do que reaparecer em uma novela, seja das seis, das sete ou das nove. "É mais fácil você chegar em um lugar em que você já conhece as pessoas que estão atrás das câmeras. Pegar uma novela das oito agora seria muito arriscado", admite.
Ele sabe que "Malhação" é quase que uma passagem obrigatória para a grande maioria dos novos rostos globais, e que ali pode ganhar a confiança dos diretores da emissora. "O Guilherme Berenguer se deu bem, eu espero seguir os mesmos passos. A exposição que a trama oferece é grande. Vou fazer o meu melhor agora, para poderem conhecer como trabalho."
E ele está "mostrando serviço" demarcando território como vilão no folhetim juvenil. As inspirações para compor o personagem são de peso, e também assustam um pouco: "Para montar o Caio, me inspirei no olhar do Heath Ledger no último filme do 'Batman', 'Sangue Negro' e 'Os Intocáveis'. Não sou nenhum psicopata, é claro, mas eu gosto de exercitar essa coisa do olhar que todos os vilões desses filmes fizeram tão bem", fala. Ousado ou não, na TV, as inspirações do jovem são do nível "só" de Raul Cortez. "Um ator precisa topar fazer de tudo, a qualquer momento. Ele era assim [Raul], é isso que quero sempre priorizar na minha carreira. Ator não pode ter frescura."
Se ele vai ou não ser bem aceito pelo público, será possível conferir com o tempo. Mas, além de estar receoso com os críticos e inseguro com a ideia de ter fãs, o jovem sonha com a carreira no cinema. "Quero priorizar minha privacidade, e não sei se saberei lidar com o assédio, mas quero aproveitar a chance na Globo para realizar o meu sonho de trabalhar com cinema."